FOTO de Albano Nascimento
As primeiras referências a Santa Comba Dão datam ainda do século X, quando a localidade integra o conteúdo de duas cartas de doação ao Mosteiro de Lorvão. Permaneceu durante mais de cinco séculos na posse dos Bispos de Coimbra, tendo recebido carta de foral apenas em 1514, das mãos de D. Manuel. Um primeiro pelourinho, conservado até finais do século XIX, terá sido erguido na sequência da atribuição do foral manuelino, estando hoje substituído por um monumento revivalista, cópia pouco fiel do original.
O pelourinho quinhentista, que uma fotografia contemporânea da sua destruição permite conhecer, era composto por um fuste torso, constituído por quatro toros lisos espiralados à esquerda, e rematado por ábaco circular e capitel decorado com motivos vegetalistas, onde assentava um pináculo cónico igualmente torso. Um pelourinho semelhante, feito de resto à sua imagem, pode ainda ser apreciado na vizinha localidade de São João de Areias. Estava erguido no largo fronteiro à antiga Casa do Concelho, hoje Largo Engenheiro Urbano, e foi destruído aquando da tentativa de transferência para o local actual, onde fica o edifício da Câmara Municipal de Santa Comba Dão. O monumento actual foi construído de imediato, pelo pedreiro João Lima, encarregado do falhado apeamento da picota. Embora se tenha desejado uma cópia do monumento manuelino, o resultado pode ser meramente entendido como uma evocação revivalista e pouco hábil do mesmo.
O novo pelourinho, ao qual respeita a classificação como Imóvel de Interesse Público, levanta-se sobre uma plataforma de três degraus quadrangulares, de arestas chanfradas. Consta de base, coluna, remate e grimpa. A base é constituída por um paralelepípedo com faces ornadas de uma almofada incisa, com moldura de fruste concepção e talhe. Daqui irrompe o fuste, torso, composto por grossos toros de torção muito acentuada, e rematado por um último troço cilíndrico, decorado com quatro losangos pouco concordantes com o estilo que se pretendeu emular, e rematado em secção quadrada. Os dois troços da coluna são separados por um anel saliente, liso. O remate quadrangular do fuste faz as vezes de capitel, encimado por um ábaco saliente, de onde se projecta uma pirâmide quadrada, de topo truncado. Sobre esta assenta um pequeno tabuleiro, reproduzindo o ábaco do incipiente capitel, e por fim um pináculo cónico, compondo a pinha do pelourinho. A grimpa é uma esfera armilar.
Os fragmentos do pelourinho velho foram vendidas em hasta pública pela vereação, tendo-se pontualmente encontrado algumas peças, nomeadamente o remate e três troços do fuste, em casas particulares. Foram guardados no edifício camarário em 1931. SML (IPPAR)
FOTOS de Albano Nascimento
As primeiras referências a Santa Comba Dão datam ainda do século X, quando a localidade integra o conteúdo de duas cartas de doação ao Mosteiro de Lorvão. Permaneceu durante mais de cinco séculos na posse dos Bispos de Coimbra, tendo recebido carta de foral apenas em 1514, das mãos de D. Manuel. Um primeiro pelourinho, conservado até finais do século XIX, terá sido erguido na sequência da atribuição do foral manuelino, estando hoje substituído por um monumento revivalista, cópia pouco fiel do original.
O pelourinho quinhentista, que uma fotografia contemporânea da sua destruição permite conhecer, era composto por um fuste torso, constituído por quatro toros lisos espiralados à esquerda, e rematado por ábaco circular e capitel decorado com motivos vegetalistas, onde assentava um pináculo cónico igualmente torso. Um pelourinho semelhante, feito de resto à sua imagem, pode ainda ser apreciado na vizinha localidade de São João de Areias. Estava erguido no largo fronteiro à antiga Casa do Concelho, hoje Largo Engenheiro Urbano, e foi destruído aquando da tentativa de transferência para o local actual, onde fica o edifício da Câmara Municipal de Santa Comba Dão. O monumento actual foi construído de imediato, pelo pedreiro João Lima, encarregado do falhado apeamento da picota. Embora se tenha desejado uma cópia do monumento manuelino, o resultado pode ser meramente entendido como uma evocação revivalista e pouco hábil do mesmo.
O novo pelourinho, ao qual respeita a classificação como Imóvel de Interesse Público, levanta-se sobre uma plataforma de três degraus quadrangulares, de arestas chanfradas. Consta de base, coluna, remate e grimpa. A base é constituída por um paralelepípedo com faces ornadas de uma almofada incisa, com moldura de fruste concepção e talhe. Daqui irrompe o fuste, torso, composto por grossos toros de torção muito acentuada, e rematado por um último troço cilíndrico, decorado com quatro losangos pouco concordantes com o estilo que se pretendeu emular, e rematado em secção quadrada. Os dois troços da coluna são separados por um anel saliente, liso. O remate quadrangular do fuste faz as vezes de capitel, encimado por um ábaco saliente, de onde se projecta uma pirâmide quadrada, de topo truncado. Sobre esta assenta um pequeno tabuleiro, reproduzindo o ábaco do incipiente capitel, e por fim um pináculo cónico, compondo a pinha do pelourinho. A grimpa é uma esfera armilar.
Os fragmentos do pelourinho velho foram vendidas em hasta pública pela vereação, tendo-se pontualmente encontrado algumas peças, nomeadamente o remate e três troços do fuste, em casas particulares. Foram guardados no edifício camarário em 1931. SML (IPPAR)
FOTO de Albano Nascimento
Canas de Sabugosa foi couto dos Bispos de Viseu, e assumiu a dada altura o estatuto de concelho, com justiças próprias, embora nunca recebesse carta de foral, quer dos seus donatários quer da Coroa. Foi extinto no século XIX, e integrado em Tondela. Possui um pelourinho, monumento aparentemente seiscentista, que se ergue no largo que dele tomou a designação.
Ergue-se sobre um soco de três degraus quadrados, de aresta, em granito toscamente aparelhado, sobre uma plataforma talhada na mesma pedra e quase inteiramente embebida no terreno. A coluna encaixa directamente no degrau superior, sendo constituída por fuste de secção quadrada na base e topo, transformando-se em oitavado no resto do tronco, através da aplicação de um chanfro estreito a toda a altura. É encimado por um pequeno ábaco quadrangular, que sustenta o remate, em curto tronco piramidal embolado. A bola não é perfeita, mas antes resulta do adoçamento dos contornos de um pequeno bloco quadrangular. O conjunto é muito singelo, aparentado a outros na região, embora mais atarracado e mal resolvido; vejam-se, por exemplo, os pelourinhos de São João do Monte ou do Ladário. SML
IPPAR
FOTO de Albano Nascimento
Situa-se no Largo da Câmara, reconstruído em 1933/1939, com aproveitamento de base e fuste do primitivo pelourinho.
O actual pelourinho de Tondela encontra-se ao fundo da Rua Dr. Simões de Carvalho, no largo da Câmara Municipal de Tondela. Foi reconstruído no século XX (1930-1933) por Manuel Tôrto, e enquadra-se na tipologia da arquitectura civil, revivalista, aos pelourinhos de bola. Três degraus octogonais de faces lisas com a face superior em direcção à coluna.
Coluna: Base-Prisma octogonal de faces lisas, tendo molduras octogonais rectilíneas, com ligeiro filete a procedê-los nos dois extremos. Fuste-De superfície lisa, octogonal, ligeiramente galbado. Capitel-Constituído pela sobreposição de várias molduras octogonais circundantes de tamanho crescente até à concordância de peça de remate.
FOTO de Albano Nascimento
Situa-se no Largo da Câmara, reconstruído em 1933/1939, com aproveitamento de base e fuste do primitivo pelourinho.
O actual pelourinho de Tondela encontra-se ao fundo da Rua Dr. Simões de Carvalho, no largo da Câmara Municipal de Tondela. Foi reconstruído no século XX (1930-1933) por Manuel Tôrto, e enquadra-se na tipologia da arquitectura civil, revivalista, aos pelourinhos de bola. Três degraus octogonais de faces lisas com a face superior em direcção à coluna.
Coluna: Base-Prisma octogonal de faces lisas, tendo molduras octogonais rectilíneas, com ligeiro filete a procedê-los nos dois extremos. Fuste-De superfície lisa, octogonal, ligeiramente galbado. Capitel-Constituído pela sobreposição de várias molduras octogonais circundantes de tamanho crescente até à concordância de peça de remate.
FOTO de Albano Nascimento
Sendim (ou Sandim) foi couto dos Senhores de Leomil, cujo senhorio, efectivamente anterior à doação do Conde D. Henrique e D. Teresa, se estendia por grande parte do actual concelho de Tabuaço. Atribui-se-lhe por vezes carta de aforamento de D. Afonso Henriques, e igualmente foral de D. Afonso III, dado em 1250, mas não existe qualquer referência documental quer a um quer a outro. Ainda assim, Sendim foi concelho, com câmara referenciada no início do século XVIII, sendo extinto em 1836 e integrado em Tabuaço. A freguesia foi elevada a vila em 2001. Conserva ainda um pelourinho, cuja tipologia segue a de alguns exemplares quinhentistas.
O pelourinho levanta-se num largo da vila, na vizinhança da Igreja Matriz. Assenta sobre plataforma de três degraus quadrados, de aresta, o superior servindo de plinto à coluna. Esta tem fuste de secção quadrada na base, seguindo a partir daí com secção octogonal, conseguida através da chanfradura das arestas. Retoma a secção quadrada junto do topo, que faz vezes de singelo capitel. O remate consta de uma grande peça em taça de secção quadrangular, com decoração de difícil leitura, mas onde parece existir parte de uma esfera armilar. Sobre este bloco elevam-se quatro pináculos cantonais, em pirâmide decorada com quatro registos de ressaltos e remate boleado.
Ainda que não tenha existido foral de D. Manuel, o monumento poderia ter sido construído no primeiro quartel do século XVI, visto ser concordante com a tipologia de outros pelourinhos do período. Parece confirmar esta datação a presença dos vestígios de uma esfera armilar, o emblema pessoal deste monarca, reiteradamente aposto nas obras oficiais do seu reinado.
Sílvia Leite ( IPPAR )
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