FOTO de Albano Nascimento
Vila da Ponte esteve integrada no concelho de Sernacelhe até 1661, quando recebeu foral de D. Afonso VI, e se constituiu concelho independente. No século XIX, foi extinto e integrado novamente em Sernacelhe. Dos duzentos anos em que teve autonomia administrativa, Vila da Ponte conserva o pelourinho como principal testemunho. Ergue-se num largo central da freguesia, junto da antiga cadeia, e onde ficaria igualmente a casa da câmara.
O pelourinho assenta em plataforma de quatro degraus octogonais, de aresta, servindo o superior - um pouco mais elevado - de base à coluna. Esta tem fuste liso, de secção oitavada, conseguida através do leve chanfro das arestas de um pilar quadrado. A coluna é ornada, a curta distância do topo, por duas molduras crescentes octogonais. O fuste segue ainda num curto troço, que toma o lugar do capitel, e é finalmente rematado por quatro molduras crescentes ainda octogonais, a formar cornija. A peça terminal é constituída por um bloco de secção igual à do fuste, que lhe aprece dar continuidade, e é encimado por uma pirâmide oitavada com remate embolado. Na bola crava-se uma haste com pequena esfera medial, e cruz de Cristo no topo.
O monumento terá sido construído na sequência do foral seiscentista, de acordo com a sua tipologia, ainda que muito singela.
Sílvia Leite ( IPPAR )
FOTO de Albano Nascimento
Numa região de abundantes recursos cinegéticos que desde cedo proporcionaram a diferentes comunidades humanas os meios necessários à sua subsistência, não surpreende que as actividades directamente relacionadas com a agricultura ganhassem força e consistência ao longo dos tempos, transformando-se, na verdade, numa das suas maiores valências económicas e razão de engrandecimento populacional.
Das freguesias que constituem o concelho viseense sobressai Fonte Arcada (designação possivelmente derivada de uma fonte com arcada construída no período romano), terra de remotas origens onde se mantém o traçado arquitectónico característico das antigas povoações de raízes medievais existentes nesta região do interior português, distribuindo-se em solos férteis do altiplanalto rasgado pelo Rio Távora, em plena Beira Transmontana.
No início da formação e consolidação da nacionalidade, Fonte Arcada pertenceu, com a morte de D. Teresa (1092-1130), a D. Egas Moniz (c. 1080-1146) "de Ribadouro", cognominado de o 'Aio' - de D. Afonso Henriques (1109-1185) -, e a sua mulher, D. Teresa Afonso (c. 1100-?) (aia dos cinco filhos do primeiro monarca português), que a legaram a seu descendente Soeiro Viegas (c. 1130-?), a cuja viúva, D. Sancha Bermudes (c. 1130-?), deve a obtenção, em 1193, da primeira carta de foral. Não obstante, a povoação conheceu maior desenvolvimento entre os séculos XIV e XVII, período em que assistiu a obras de melhoramento de alguns dos seus mais antigos edifícios, a exemplo da igreja matriz.
De entre as estruturas erguidas ao tempo, destaca-se o pelourinho quinhentista, esse símbolo, por excelência, de autonomia judicial, ainda que a aldeia já desfrutasse de privilégios no reinado de D. Sancho I (1154-1212), numa realidade confirmada com D. Manuel I (1469-1521), de quem obteve novo foral, em 1514, ano em que aforou outras povoações circundantes, a exemplo de Sernancelhe.
Construído numa das matérias-primas mais abundantes na região - granito -, o pelourinho ergue-se na praça principal sobre plataforma de seis degraus octogonais e base de um único degrau de igual configuração, na qual assenta a base quadrada do fuste da coluna, de secção oitavada, com aproximadamente cinco metros de altura, culminada em capitel quadrangular, como quadrado é o tabuleiro que suporta, com uma roseta em cada face e ostentando, no topo, quatro pináculos, com cerca de quarenta centímetros, lavrados como se de folhagens se tratassem, rodeando um quinto, cilíndrico-galbado com anel na extremidade.
[AMartins] ( IPPAR )
FOTO de Albano Nascimento
Numa região de abundantes recursos cinegéticos que desde cedo proporcionaram a diferentes comunidades humanas os meios necessários à sua subsistência, não surpreende que as actividades directamente relacionadas com a agricultura ganhassem força e consistência ao longo dos tempos, transformando-se, na verdade, numa das suas maiores valências económicas e razão de engrandecimento populacional.
Das freguesias que constituem o concelho viseense sobressai Fonte Arcada (designação possivelmente derivada de uma fonte com arcada construída no período romano), terra de remotas origens onde se mantém o traçado arquitectónico característico das antigas povoações de raízes medievais existentes nesta região do interior português, distribuindo-se em solos férteis do altiplanalto rasgado pelo Rio Távora, em plena Beira Transmontana.
No início da formação e consolidação da nacionalidade, Fonte Arcada pertenceu, com a morte de D. Teresa (1092-1130), a D. Egas Moniz (c. 1080-1146) "de Ribadouro", cognominado de o 'Aio' - de D. Afonso Henriques (1109-1185) -, e a sua mulher, D. Teresa Afonso (c. 1100-?) (aia dos cinco filhos do primeiro monarca português), que a legaram a seu descendente Soeiro Viegas (c. 1130-?), a cuja viúva, D. Sancha Bermudes (c. 1130-?), deve a obtenção, em 1193, da primeira carta de foral. Não obstante, a povoação conheceu maior desenvolvimento entre os séculos XIV e XVII, período em que assistiu a obras de melhoramento de alguns dos seus mais antigos edifícios, a exemplo da igreja matriz.
De entre as estruturas erguidas ao tempo, destaca-se o pelourinho quinhentista, esse símbolo, por excelência, de autonomia judicial, ainda que a aldeia já desfrutasse de privilégios no reinado de D. Sancho I (1154-1212), numa realidade confirmada com D. Manuel I (1469-1521), de quem obteve novo foral, em 1514, ano em que aforou outras povoações circundantes, a exemplo de Sernancelhe.
Construído numa das matérias-primas mais abundantes na região - granito -, o pelourinho ergue-se na praça principal sobre plataforma de seis degraus octogonais e base de um único degrau de igual configuração, na qual assenta a base quadrada do fuste da coluna, de secção oitavada, com aproximadamente cinco metros de altura, culminada em capitel quadrangular, como quadrado é o tabuleiro que suporta, com uma roseta em cada face e ostentando, no topo, quatro pináculos, com cerca de quarenta centímetros, lavrados como se de folhagens se tratassem, rodeando um quinto, cilíndrico-galbado com anel na extremidade.
[AMartins] ( IPPAR )
FOTO de JP Nascimento
Pelourinho eleva.se sobre quatro degraus octogonais de talhe liso. O fuste também com uma forma octogonal nasce a partir de uma pequena base quadrada, com pouca altura. Na parte superior do fuste existe uma cercadura de tríplice moldura constituída por um listel de forma plana, assim como uma barrinha de duplo filete. A gaiola possui oito colunetos situados nas suas oito quinas peças bem delineadas na sua forma cilíndrica. No segundo destes anéis eleva-se o pináculo esférico motivado com espiras. O pináculo que pousa na cúpula é constituído por uma ligeira gola de dois bordos onde assenta o pomo superiormente afeiçoado em gomos.
. Sítios a consultar
. IPPAR
. Companheiros
. Cancelas
. Chaves
. Eiras
. LUMBUDUS
. PEDOME
. SENTIR
. Reanimar Coretos de Portugal
. Aldeias de Chaves
. CURALHA
. Eiras
. SEGIREI
. Valdanta