FOTO de Francisco Leitão
A pequena localidade de Meda, de muito remota origem, pertenceu a partir do século XI ao cenóbio beneditino que se erguia no local da actual Torre do Relógio, no sopé da colina do castelo. Em 1145, pertencia já à Ordem do Templo, e em 1319 passou para a Ordem de Cristo. Recebeu foral novo de D. Manuel, em 1519, no qual é referida como Vila de Meda e Comenda da Ordem de Cristo. O seu pelourinho, erguido junto da igreja matriz e do antigo celeiro da povoação (de construção tercentista, entretanto derrubado), ainda se conserva, embora com o remate mutilado, e havendo sofrido um restauro em finais do século XX.
O pelourinho levanta-se sobre soco de cinco degraus octogonais, de aresta, hoje parcialmente integrados numa escadaria de construção moderna. Os três degraus intermédios são resultado de uma intervenção de restauro, de resto evidente, e o inferior é mais rústico, destinado-se a vencer o desnível do terreno. A base da coluna é constituída por um plinto oitavado, monolítico. O fuste arranca de um pequeno troço inicial cúbico, em cujos vértices superiores assentam quatro peças decorativas contracurvadas, a partir das quais as arestas da coluna sofrem chanfradura, ganhando a secção octogonal. O capitel resume-se a uma singela moldura octogonal rebordante, servindo de tabuleiro, onde assenta o remate. Este era originalmente em gaiola, restando apenas o cesto inferior, em taça oitavada, faces lisas e rebordo plano.
A metade superior da gaiola foi destruída, supostamente na década de 40 do século XX, por um vendaval. Para melhor compreender a tipologia original do monumento, compare-se com os muitos exemplares de pelourinhos de gaiola do distrito da Guarda, como sejam os de Muxagata, Penedono, Aguiar da Beira, Marialva, Algodres, Aveloso, Almendra, Carapito, entre outros. Embora mutilado, o pelourinho é certamente de construção quinhentista, provavelmente subsequente ao foral manuelino.
Sílvia Leite
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