FOTO de Albano Nascimento
Integrado na área geográfica do Ave, nas denominadas Terras de Basto, o território correspondente, na actualidade, ao concelho de Cabeceira de Bastos, ocupa um extenso vale na margem do Rio Tâmega, entre as Serras da Cabreira e do Marão, dotado de uma paisagem característica desta região de transição entre o Minho e Trás-os-Montes. Uma condição que lhe confere particularidades acrescidas, nomeadamente no que se refere à diversidade dos recursos cinegéticos essenciais à sobrevivência humana, ainda que não pareçam abundar os testemunhos pré e proto-históricos na zona. Não obstante, os arqueossítios identificados e estudados até ao momento permitem confirmar a existência de comunidades desde, pelo menos, a Idade do Bronze, continuada na Idade do Ferro, da qual datam alguns povoados de altura, a exemplo do construído em Refojos de Bastos, uma das freguesias de Cabeceiras, obtendo maior expressão durante o domínio romano.
Os (ainda) escassos dados coligidos sobre a medievalidade de Cabeceiras de Basto ilustram, no entanto, um povoado que terá alcançado maior desenvolvimento a partir da primeira metade do século XII, quando D. Afonso Henriques (1109-1185) passou carta de couto (declaração de doação de propriedade) ao conhecido Mosteiro de Refojos de Basto, que acolhia uma importante comunidade beneditina, segundo as normas do Mosteiro de Tibães, este último fundado na segunda metade do século XI.
Todavia, o concelho de Cabeceiras de Basto foi instituído apenas em 1514, ano em que D. Manuel I (1469-1521) lhe concedeu novo foral [o primeiro fora outorgado por D. Dinis (1261-1325), em 1307], depois de ter sido doado a D. Nuno Álvares Pereira (1360-1431) - 2.º Condestável de Portugal -, por parte de D. João I (1357-1433).
É justamente do período manuelino que datará o pelourinho fronteiro à antiga 'Casa da Cadeia'.
É sobre soco quadrado de três degraus que assenta grande paralelepipédico do qual arranca o fuste liso, de secção circular, da coluna com capitel formado por bloco quadrangular lavrado com símbolos heráldicos (incluindo o escudo real) e sobrepujado por pináculo piramidal coroado por esfera lisa, exibindo, no conjunto, um aspecto de inequívoca robustez construtiva.
[AMartins]
FOTO de Albano Nascimento
Integrado na área geográfica do Ave, nas denominadas Terras de Basto, o território correspondente, na actualidade, ao concelho de Cabeceira de Bastos, ocupa um extenso vale na margem do Rio Tâmega, entre as Serras da Cabreira e do Marão, dotado de uma paisagem característica desta região de transição entre o Minho e Trás-os-Montes. Uma condição que lhe confere particularidades acrescidas, nomeadamente no que se refere à diversidade dos recursos cinegéticos essenciais à sobrevivência humana, ainda que não pareçam abundar os testemunhos pré e proto-históricos na zona. Não obstante, os arqueossítios identificados e estudados até ao momento permitem confirmar a existência de comunidades desde, pelo menos, a Idade do Bronze, continuada na Idade do Ferro, da qual datam alguns povoados de altura, a exemplo do construído em Refojos de Bastos, uma das freguesias de Cabeceiras, obtendo maior expressão durante o domínio romano.
Os (ainda) escassos dados coligidos sobre a medievalidade de Cabeceiras de Basto ilustram, no entanto, um povoado que terá alcançado maior desenvolvimento a partir da primeira metade do século XII, quando D. Afonso Henriques (1109-1185) passou carta de couto (declaração de doação de propriedade) ao conhecido Mosteiro de Refojos de Basto, que acolhia uma importante comunidade beneditina, segundo as normas do Mosteiro de Tibães, este último fundado na segunda metade do século XI.
Todavia, o concelho de Cabeceiras de Basto foi instituído apenas em 1514, ano em que D. Manuel I (1469-1521) lhe concedeu novo foral [o primeiro fora outorgado por D. Dinis (1261-1325), em 1307], depois de ter sido doado a D. Nuno Álvares Pereira (1360-1431) - 2.º Condestável de Portugal -, por parte de D. João I (1357-1433).
É justamente do período manuelino que datará o pelourinho fronteiro à antiga 'Casa da Cadeia'.
É sobre soco quadrado de três degraus que assenta grande paralelepipédico do qual arranca o fuste liso, de secção circular, da coluna com capitel formado por bloco quadrangular lavrado com símbolos heráldicos (incluindo o escudo real) e sobrepujado por pináculo piramidal coroado por esfera lisa, exibindo, no conjunto, um aspecto de inequívoca robustez construtiva.
[AMartins]
FOTO de Albano Nascimento
Abadim, actual freguesia de Cabeceiras de Basto, foi couto municipal e chegou a ser vila, com carta de foral dada por D. Manuel em 1514. O primeiro donatário da terra foi D. Rodrigo Viegas "Badim", a quem D. Afonso III coutou o termo entre os anos de 1248 e 1258. Após pertencer a vários outros senhores, o couto entra na posse do Dr. Diogo Lopes de Carvalho, desembargador do Paço, no ano imediato à outorga do foral, concedido ainda durante o senhorio de um fidalgo de nome Diogo Machado. O senhorio de Abadim manter-se-ia na descendência de Diogo Lopes de Carvalho até ao século XIX.
O seu pelourinho ergue-se junto ao portal da casa da Torre do Tronco, actual turismo rural, que ocupa um edifício setecentista anexo a uma torre supostamente pertencente ao antigo solar medieval dos Badins. É um monumento singelo, em granito, constando de coluna, capitel e remate. A coluna, de secção circular e relativamente atarracada, possui um ressalto com a mesma secção na base. Sobre esta assenta directamente o capitel paralelepipédico, com as faces talhadas em forma de escudos boleados, sendo três destes lisos (bojardados) e um decorado com uma estrela de cinco pontas enquadrada por moldura quadrilobada. O remate é constituído por um pináculo tronco-cónico de topo boleado, com dois estreitamentos.
O pelourinho tem sido considerado peça quinhentista, possivelmente erguida na sequência do foral de 1514. É no entanto difícil datá-lo, podendo ser consideravelmente mais tardio. A sua factura rude tem semelhanças com outros na região, como o de Castelo (Arnóia), no concelho de Celorico de Basto; no entanto, o monumento que mais semelhanças apresenta com este parece ser o de Castro Vicente, Mogadouro, já no distrito de Bragança. SML
FOTO de Albano Nascimento
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Abadim, actual freguesia de Cabeceiras de Basto, foi couto municipal e chegou a ser vila, com carta de foral dada por D. Manuel em 1514. O primeiro donatário da terra foi D. Rodrigo Viegas "Badim", a quem D. Afonso III coutou o termo entre os anos de 1248 e 1258. Após pertencer a vários outros senhores, o couto entra na posse do Dr. Diogo Lopes de Carvalho, desembargador do Paço, no ano imediato à outorga do foral, concedido ainda durante o senhorio de um fidalgo de nome Diogo Machado. O senhorio de Abadim manter-se-ia na descendência de Diogo Lopes de Carvalho até ao século XIX.
O seu pelourinho ergue-se junto ao portal da casa da Torre do Tronco, actual turismo rural, que ocupa um edifício setecentista anexo a uma torre supostamente pertencente ao antigo solar medieval dos Badins. É um monumento singelo, em granito, constando de coluna, capitel e remate. A coluna, de secção circular e relativamente atarracada, possui um ressalto com a mesma secção na base. Sobre esta assenta directamente o capitel paralelepipédico, com as faces talhadas em forma de escudos boleados, sendo três destes lisos (bojardados) e um decorado com uma estrela de cinco pontas enquadrada por moldura quadrilobada. O remate é constituído por um pináculo tronco-cónico de topo boleado, com dois estreitamentos.
O pelourinho tem sido considerado peça quinhentista, possivelmente erguida na sequência do foral de 1514. É no entanto difícil datá-lo, podendo ser consideravelmente mais tardio. A sua factura rude tem semelhanças com outros na região, como o de Castelo (Arnóia), no concelho de Celorico de Basto; no entanto, o monumento que mais semelhanças apresenta com este parece ser o de Castro Vicente, Mogadouro, já no distrito de Bragança. SML
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