FOTO de JP Nascimento
Integrado no 'Nordeste Transmontano', nas denominadas Terras Quentes, o território correspondente, na actualidade, ao concelho de Macedo de Cavaleiros distribui-se entre as Serras da Nogueira e de Bornes, ao longo de um amplo vale de terrenos férteis, particularidade que justificou a fixação, nos seus limites, de diferentes comunidades humanas, como evidenciam os múltiplos testemunhos arqueológicos identificados e estudados até ao momento.
Amendoeira figura entre as muitas freguesias que compõem o termo de Macedo de Cavaleiros, sendo formada por quatro lugares, um dos quais Pinhovelo, um importante povoado medieval, a julgar pela sua elevação a 'Vila', sendo referida nas Inquirições realizadas no reinado de D. Dinis (1261-1325). Um estatuto confirmado a posteriori através da colocação do pelourinho, consagrando a autonomia judicial que lhe era, assim, conferida, depois de ter obtido foral de D. Manuel I (1469-1521), em 1510.
Descrito, entre outras personalidades, pelo sacerdote, arqueólogo e historiador, de seu nome Francisco Manuel Alves, mais comummente conhecido por Abade Baçal (1865-1947), célebre indagador do passado brigantino, o pelourinho, que se ergue no centro da povoação que lhe deu nome - Pinhovelo -, foi objecto de um estudo mais pormenorizado nas primeiras décadas de novecentos, dessa feita por mão do membro da Associação dos Arqueólogos Portugueses, colaborador do actual Museu Nacional de Arqueologia e integralista lusitano convicto, Luís Chaves (1889-?).
Construído numa das matérias-primas mais abundantes na região - granito -, é sobre soco de três degraus quadrados com base da mesma configuração, com cerca de 40 centímetros de altura, que assenta a base que suporta o fuste oitavado decorado, alternadamente, com semiesferas, pontas de diamante e faces lisas, culminado em capitel de secção quadrada com arestas boleadas, ostentando a data de '1776'. Quanto ao remate, ele é formado por bloco prismático rectangular com escudo nacional lavrado encimado por coroa comportando pirâmide sobrepujada por esfera.
[AMartins] ( NIPPAR )
FOTO de Albano Nascimento
O primeiro foral de Freixiel datará de 1112, tendo sido outorgado por D. Sancho Fernandes, prior da Ordem do Hospital, a cujo senhorio pertencia então a localidade. Teve foral novo de D. Manuel, em 1515. O concelho foi extinto em 1836, e integrado em Vila Flor, do qual é actual freguesia. Conserva um pelourinho, certamente erguido na sequência do foral manuelino, e situado num largo da povoação.
O pelourinho assenta numa plataforma de quatro degraus quadrangulares de aresta, o térreo parcialmente embebido no terreno, com desnível muito acentuado. O degrau superior serve de base à coluna. Esta tem secção quadrada, que se torna oitavada através do chanframento das arestas a curta distância do arranque, fazendo-se a transição através de diminutas molduras cantonais duplas. O fuste é composto por dois troços unidos por anel rebordante octogonal, sendo o primeiro troço, com cerca de um terço da altura total, de secção ligeiramente superior. No topo destacam-se novamente quatro pequenas saliências cantonais. O capitel é quadrangular, antecedido por duas molduras crescentes. Possui arestas ligeiramente chanfradas, e faces côncavas, ornadas com florões. O remate é constituído por um bloco com a mesma secção do capitel, que parece prolongar. Nas faces ostenta decoração heráldica, quase inteiramente ilegível, à excepção de um escudo nacional apontado, com bordadura de castelos, compondo o tipo mais habitual no reinado de D. Manuel. A peça terminal é uma pirâmide de secção quadrada, alongada, com moldura quadrangular intermédia e coroada por pequena pinha.
Trata-se de um pelourinho manuelino bastante tradicional, em cujo remate terão sido talvez destruídos os restantes elementos heráldicos, que poderiam incluir uma esfera armilar, e ainda simbólica concelhia.
Sílvia Leite (IPPAR)
FOTO de Albano Nascimento
Na pequena povoação de Freixiel, no concelho de Vila Flor, conserva-se ainda hoje a insólita, mas historicamente muito importante, silhueta da antiga forca, vestígio aparentemente único na Península Ibérica. Está implantada numa pequena elevação nos arredores da localidade, na vizinhança do campo onde, segundo a tradição, seriam sepultados os enforcados, a quem estaria vedado o enterramento em solo consagrado. O monumento é constituído pelos dois pilares verticais que sustentariam um elemento horizontal, sendo estes formados por blocos de granito toscamente aparelhados, com c. 3 metros de altura, rematados por singelos cones. O elemento horizontal em falta era geralmente a trave de suspensão do laço, embora a presente forca seja provavelmente de garrote. De facto, a distância a que os orifícios do topo ficam, quer do solo, quer do estrado de madeira que supostamente completaria o conjunto (conforme marcas de desbaste na base dos pilares), é insuficiente para o estrangulamento por suspensão. O estrangulamento por garrote foi, de resto, muito usado em toda a Península desde a Idade Média. SML (IPPAR)
FOTO de Albano Nascimento
A povoação de Vila Franca de Lampaças, inicialmente designada por Bragadinha, recebeu foral de D. Dinis em 9 de Dezembro de 1286, data a partir da qual e até ao início do século XIX, constituiu vila e sede de concelho. Actualmente integra a freguesia de Sendas.
O seu pelourinho é, com certeza, coevo do foral, assinalando, precisamente, a sua concessão. Trata-se de um exemplar de grande depuração assente sobre uma série de pedras hoje cobertas com cimento. A coluna de fuste liso, eleva-se sobre uma mó de moinho, terminando num remate de secção tronco-piramidal.
(RC) IPPAR
FOTO de Albano Nascimento
O lugar de Goestei , ou Goestey , actual freguesia de Gostei, foi um curato anexo ao Mosteiro de São Bento de Castro de Avelãs até 1290, quando os monges permutaram com a Coroa a aldeia de Outeiro de Moás por este território (juntamente com a vizinha localidade de Castanheira). No ano anterior tivera foral dado por D. Dinis, em cujo documento aparece a grafia Gustei , e pelo qual se forma justamente o concelho de "Gostei e Castanheira". O concelho veio a pertencer à Casa de Bragança, mantendo sempre autonomia administrativa judicial. Foi extinto no século XIX, vindo a integrar o concelho de Bragança. Conserva um velho pelourinho, levantado no largo fronteiro à Igreja Matriz.
O pelourinho levanta-se sobre plataforma de dois degraus quadrangulares de aresta, bastante desgastado e restaurado, sendo o degrau térreo constituído por dupla fileira de blocos. A base da coluna é um bloco sensivelmente quadrangular, de aparelho rústico, com arestas superiores boleadas. O fuste é cilíndrico e liso, e relativamente curto, sendo encimado por um singelo remate em pirâmide quadrada saliente, com arestas pouco definidas, e topo boleado.
O conjunto é muito simples, configurando um rude pelourinho de "coluço", que alguns autores têm considerado românico. A sua datação é imprecisa, existindo exemplares semelhantes provavelmente erguidos ao longo da Idade Média, e outros durante o século XVI. Em todo o caso, deve referir-se que as localidades bragantinas de Sanceriz e Vila Franca de Lampaças, com pelourinhos idênticos, compartilham com Gostei o facto de terem recebido forais de D. Dinis, de finais do século XIII.
Sílvia Leite
FOTO de Albano Nascimento
Outeiro mostra-nos um elaborado pelourinho de fuste oitavado, decorado com florões em toda a sua altura, e em faces alternadas, tendo no topo dois colaretes salientes, redondos. Tem uma base quadrangular, que assenta sobre um soco igualmente quadrangular, formado por dois degraus, um dos quais para vencer o desnível do terreno. O capitel é em cruz grega, com carrancas nas extremidades. Sobre dois dos braços, conservam-se ainda ferros de expressão zoomórfica. O remate é prismático e profusamente decorado, apresentando as armas de Portugal, uma figura eclesiástica com outra ajoelhada a seus pés, um cavaleiro com espada e um capacete partido; é encimado por um pequeno elemento coniforme rematado por uma semi-esfera. Perto do pelourinho situa-se a antiga cadeia (visível na imagem).
Acesso: . Em Outeiro (EN 218, a 28 km de Bragança) no Largo da Cadeia.
Protecção: Imóvel de Interesse Público, Dec. nº 23 122, DG 231 de 11 Outubro 1933
FOTO de Albano Nascimento
Em frente à igreja de Santo Cristo do Outeiro ergue-se este cruzeiro de caminho, assente sobre cinco degraus de forma quadrangular. A base é cúbica e emoldurada, tendo esculpida no meio uma roseta. O fuste é circular e está decorado da seguinte forma: até um terço da sua altura é estriado, fazendo lembrar uma flor de lotus; os restantes dois terços ostentam decoração em forma de escama de peixe. O seu diâmetro diminui até ao capitel, que é de estilo coríntio. O conjunto é rematado por uma cruz latina, com Cristo crucificado.
Acesso: EN 218, a 29 km de Bragança, na sede de freguesia, em frente à igreja de Santo Cristo.
Protecção: Imóvel de Interesse Público, Dec. nº 40 361, DG 228 de 20 Outubro 1955.
FOTO de Albano Nascimento
Trata-se de um pelourinho medieval, provavelmente edificado no século XIV. Tem uma base de formato tronco-piramidal assente sobre um soco quadrangular de três degraus em xisto, de diferentes alturas. O fuste é octogonal e tem uma fractura a cerca de 2/3 da sua altura, estando o conjunto desaprumado. O remate tem formato cónico e de momento está por terra.
Foto de Albano Nascimento
Pelourinho do interior do castelo (séc.XIII), assente no dorso da "Porca da Vila". Capitel em cruz, cujos extremos representam "carrancas" diferentes, encimado por um escudo rematado por uma figura humana.
Foto de Albano Nascimento
O pelourinho de Torre D. Chama, situa-se no Largo da Berroa e compartilha espaço com um antiquíssimo berrão (ou porco em pedra de origem pré-histórica, associado ao culto da fecundidade).
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