FOTOS de Albano Nascimento
Com referências documentais desde o século XI, a antiga Vila de Ferreira é mencionada nas Inquirições de 1258 como reguengo régio, situação que se manteve até ao século XVIII. Ferreira teve foral manuelino, datado de 1514, e da sua elevação a conselho quinhentista terá certamente resultado o levantamento de um pelourinho, do qual não resta qualquer vestígio. A actual cabeça do conselho de Paços de Ferreira é a freguesia de Santa Eulália, antigo couto do Mosteiro de Guimarães. Nunca teve foral, mas a segunda tentativa de criação do actual concelho de Paços de Ferreira, em 1836, determinuou que esta localidade fosse constituída como sua sede. O pelourinho de Paços de Ferreira ergue-se hoje diante do edifício oitocentista dos Paços do Conselho, em Santa Eulália. Porém, é plausível pensar que os elementos quinhentistas que integra, aproveitados de uma picota entretanto desaparecida, poderiam provir do pelourinho de Ferreira, já que em Santa Eulália não há notícia da existência de picota anterior a 1836.
O pelourinho ergue-se sobre uma singela plataforma de dois degraus quadrangulares, de aresta. Nela assenta directamente a coluna, com fuste cilíndrico e liso, encimado por capitel de cesto liso (variação do dórico) sobre astrágalo, e terminando em coxim circular e ábaco quadrangular. O remate consta de um bloco prismático em cuja face anterior está relevado um escudo de armas nacional coroado, sendo a coroa aberta, muito decorada, e de boas dimensões. As restantes faces são molduradas. No topo do remate destaca-se um pináculo rudemente talhado, representando possivelmente um elmo, enquadrado pela coroa.
O edifício dos Paços do Concelho foi erguido entre 1910 e 1918, sendo de supôr que o pelourinho foi levantado pela mesma altura. Em todo o caso, parece de facto aproveitar elementos arcaicos, como seja o remate e o coroamento.
O monumento é muito semelhante aos de Paredes e Louredo, também no distrito do Porto.
Sílvia Leite ( IPPPAR )
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